Você já parou para pensar no impacto do envelhecimento da população? O Brasil está envelhecendo rapidamente, e isso traz desafios para a previdência, a saúde pública e o mercado de trabalho. Mas também abre oportunidades incríveis para repensarmos a longevidade. Estamos realmente preparados para garantir qualidade de vida para quem está vivendo mais?

Comecemos pelo conceito de Longevidade, que é a capacidade de viver uma vida longa e saudável. Graças aos avanços na medicina e às melhores condições de vida, estamos vivendo mais do que nunca. Mas, longevidade não é só sobre viver muitos anos, mas sobre viver bem esses anos de forma ativa.

Mas o que se entende por Envelhecimento Ativo?

Quando falamos sobre envelhecimento ativo, estamos falando de um conceito que é muito mais do que apenas envelhecer. Envelhecimento ativo é sobre permanecer envolvido, saudável e participativo à medida que envelhecemos. Imagine poder continuar fazendo coisas que você ama, mesmo na velhice. É disso que se trata!

Um Pouco de História

Nas décadas de 1940 a 1970, a visão predominante era de que o envelhecimento significava apenas declínio e perda de funcionalidade. Mas, nas décadas seguintes, essa visão mudou. Nos anos 1980, começou a emergir a ideia de envelhecimento saudável, destacando a importância da prevenção e do estilo de vida ativo. Na década de 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou o conceito de envelhecimento ativo, colocando-o no centro das políticas de saúde pública [1]

Benefícios do envelhecimento ativo: 

✔ ️ Saúde física e mental – Atividades regulares previnem doenças crônicas e melhoram o humor.

✔ ️ Maior independência – Estilo de vida ativo promove autonomia.

✔ ️ Engajamento social – Participação na comunidade reduz o isolamento e fortalece laços.

E no Brasil, como essas transformações estão se desenvolvendo?

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por mudanças importantes na sua composição etária. Com a população envelhecendo e a expectativa de vida subindo, a sociedade brasileira está sentindo esses impactos.

Em 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em apenas 12 anos. A quantidade de idosos passou de 14 milhões em 2010 para 22,2 milhões em 2022- [3]. Por outro lado, a população de crianças até 14 anos diminuiu 12,6%, passando de 45,9 milhões para 40,1 milhões [3]. Agora, as ruas estão mais silenciosas, refletindo uma população que está envelhecendo e tendo menos crianças.

A expectativa média de vida no Brasil está crescendo. Em 2023, ela chegou a 76,4 anos, superando os 76,2 anos de 2019, antes da pandemia. Para os homens, a expectativa de vida é de 73,1 anos, e para as mulheres, 79,7 anos desde 1940, nossa expectativa de vida aumentou 30,9 anos, o que é impressionante! [4]

Que impactos na Sociedade essas mudanças vêm gerando?

Sistema de Previdência: Muitas pessoas mais jovens estão preocupadas com o futuro do sistema de previdência social. Com mais idosos e a expectativa de vida mais alta, o sistema está sob pressão. Essas pessoas se perguntam como garantir a sustentabilidade para que, quando se aposentarem, o sistema ainda esteja funcionando bem.

Mercado de Trabalho: A tendência é termos menos jovens entrando no mercado de trabalho. Com menos jovens e mais idosos, permanecendo ativos, o mercado precisa se adaptar. Tanto da parte das empresas como dos profissionais.

Saúde Pública: Com o envelhecimento da população, a demanda por serviços de saúde aumentou. A saúde pública precisa de mais capacidade e recursos para atender a todos.

Economia: O chamado “bônus demográfico” está diminuindo. Com mais idosos e menos pessoas em idade produtiva, o crescimento econômico pode ser afetado.

As mudanças na composição etária e o aumento da expectativa de vida no Brasil são desafios complexos que exigem políticas públicas adaptadas para enfrentar as questões econômicas, sociais e de saúde. Precisamos nos preparar para um futuro em que a população idosa será uma parte significativa, garantindo a sustentabilidade e o bem-estar de todos.

Temos algumas iniciativas importantes que vêm sendo implementadas a partir do lançamento do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003) [5], que visa assegurar os direitos das pessoas idosas e promover sua integração na sociedade.

Desde o lançamento do Estatuto da Pessoa Idosa no Brasil, várias iniciativas importantes foram implementadas nos âmbitos federal, estadual e municipal para garantir os direitos e o bem-estar das pessoas idosas. Aqui estão algumas das principais iniciativas:

1. Programa Farmácia Popular: Fornecimento gratuito de medicamentos, especialmente aqueles de uso contínuo, para pessoas idosas.
2. Gratuidade no Transporte Coletivo: Idosos com 65 anos ou mais têm direito à gratuidade no transporte coletivo público urbano e semiurbano.
3. Benefício de Prestação Continuada (BPC): Garante um salário-mínimo mensal para idosos a partir de 65 anos que não possuem meios de sustento.
4. Patrulha de Proteção ao Idoso: Iniciativa pioneira em Volta Redonda, criada para combater a violência contra idosos e promover a conscientização sobre seus direitos.
5. Carteira do Idoso: Documento que garante o direito a viagens interestaduais gratuitas ou com tarifas reduzidas para idosos com renda de até dois salários-mínimos.
6. Moradias Coletivas: Iniciativas como a República de Idosos, em Santos, e o Programa Vida Longa, em São Paulo, oferecem moradias coletivas que promovem a convivência e a autonomia dos idosos, reduzindo a solidão e criando redes de apoio
7. Envelhecer nos Territórios: Programa ampliado para 63 municípios em 13 estados, com investimento significativo para promover a inclusão e a cidadania das pessoas idosas.
8. Vida Digna em Casa: Capacitação de profissionais do SUS e SUAS para atendimento qualificado à pessoa idosa.
9. Conselho Municipal da Pessoa Idosa: Cabe destacar o trabalho que esses Conselhos desenvolvem com soluções customizadas para as características da população de cada Município.

O futuro do envelhecimento está sendo escrito agora. O que podemos fazer para garantir que viver mais também signifique viver melhor? Precisamos investir em políticas públicas, inovação e iniciativas que promovam a qualidade de vida para todos.

E você? Como enxerga o impacto da longevidade no seu dia a dia? Comente abaixo e compartilhe sua visão!

Referências:

[1] Organização Mundial da Saúde (OMS). Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde. https://www.who.int/ageing/active_ageing/en/

[2] Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Aging. https://www.cdc.gov/aging/index.html

[3] Agência de Notícias IBGE. Número de pessoas com 65 anos ou mais cresce 57,4% em 12 anos. agenciadenoticias.ibge.gov.br

[4] IBGE. Projeção da População. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9108-projecao-da-populacao.html?=&t=resultados

[5] Lei nº 10.741/2003. Estatuto da Pessoa Idosa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm