Etarismo no Ambiente Corporativo: Duas Perspectivas para uma Inclusão Intergeracional
Publicado por Vincenzo Lasalvia em
Etarismo no Ambiente Corporativo: Duas Perspectivas para uma Inclusão Intergeracional
O Que é Etarismo e Como Ele Afeta o Mercado de Trabalho
O etarismo, também conhecido como idadismo ou ageísmo, é o preconceito baseado na idade. Esse problema afeta tanto indivíduos quanto organizações, manifestando-se de diversas formas, como discriminação no local de trabalho e marginalização em atividades sociais. Para compreender melhor o etarismo, vamos explorar duas perspectivas: a do profissional que sofre com o preconceito e a da organização, que lida com um ambiente de trabalho multigeracional.
Segundo o professor Egídio Dórea, coordenador do Programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, o etarismo é um dos preconceitos mais comuns e universais, pois não está limitado a cor, nacionalidade, renda, orientação sexual ou religião. Esse preconceito pode levar a sérias consequências para a saúde mental, como depressão e solidão (USP).
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa publicada na Lancet Global Health, destaca que um em cada seis idosos é vítima de algum tipo de violência, seja psicológica, financeira, negligência ou física. A pesquisa, que analisou dados de 52 estudos em 28 países, mostra que o etarismo é um desafio em diversos contextos, desde o ambiente de trabalho até atividades sociais (ONU).
A Perspectiva do Profissional 50+
Para o indivíduo, especialmente para os profissionais mais velhos, o etarismo representa uma barreira significativa. Aqueles que enfrentam preconceito de idade têm mais dificuldades para conseguir empregos, promoções e reconhecimento no ambiente corporativo. A percepção de que alguém é “velho demais” para certas funções limita as oportunidades, impactando diretamente a autoestima, gerando isolamento social e afetando a saúde mental, com problemas como depressão e ansiedade.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre “Mudanças nas Organizações: Etarismo e Contratação de Profissionais 50+” destacou que o preconceito contra profissionais 50+ continua a afetar a atração e retenção de talentos. A falta de conscientização e o letramento sobre o etarismo no ambiente corporativo são desafios a serem enfrentados.
Mais do que se ver como vítimas dessa situação, os profissionais 50+ podem refletir sobre suas trajetórias, identificar mudanças comportamentais e se manter atualizados para agregar valor às organizações com sua experiência.
O Papel das Organizações na Inclusão Etária
Para as empresas, o etarismo significa perder talentos valiosos e diversidade de perspectivas. Organizações que promovem a inclusão intergeracional se beneficiam da experiência dos profissionais mais velhos e do entusiasmo dos mais jovens, gerando um ambiente de troca e aprendizado mútuo.
Equipes diversas tendem a criar soluções mais criativas e inovadoras. A troca de conhecimento entre gerações, por meio de mentorias, pode ser altamente benéfica para o desenvolvimento de todos os colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho mais satisfatório e produtivo.
Boas Práticas para um Ambiente Intergeracional
Para combater o etarismo e promover a inclusão etária, tanto indivíduos quanto organizações podem adotar práticas inclusivas. Aqui estão algumas sugestões:
Para as Pessoas:
Respeito e Empatia: Valorizar as diferentes experiências que cada geração traz.
Aprendizado Contínuo: Manter-se atualizado em tecnologias e tendências, diminuindo o gap geracional.
Mentoria e Apoio: Buscar e oferecer mentorias, criando redes de apoio mútuo.
Para as Organizações:
Políticas de Inclusão: Implementar políticas que promovam a diversidade e combatam o etarismo.
Programas de Treinamento: Capacitar colaboradores sobre a importância da inclusão etária.
Ambiente Flexível: Criar condições que atendam todas as gerações, como horários flexíveis e opções de trabalho remoto.
Conclusão
O etarismo é um desafio significativo, mas com esforço conjunto, é possível criar ambientes de trabalho e convívio social que valorizem todas as idades. Tanto indivíduos quanto organizações desempenham um papel vital na promoção de um ambiente intergeracional harmonioso e inclusivo, contribuindo para uma sociedade mais equitativa.
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